Povo estranho

... que desce pelas ruas em busca de algo alcool e diversão, usando máscaras e brincando de ser gente.

Eu?

Nada... prefiro a verdade, com suas pervessões e tristezas..

Prefiro assim, um pouco de mim......

Sem saída

Dobrou a esquina com gosto de alcool na boca e a maldita música na cabeça. Já havia noites em que acordava pensando frases desconexas, pornografia e um monte de bobagens sub-pop.

Àquela hora, já estava perdido.

"Em que lugar da cidade?"

Saira da festa direto rumo ao breu da cidade.

"Cidade grande, devora a gente"

Andou mais alguns quarteirões sob o bafo estranho da madrugada fria. Latidos e gritos distantes. Sério, ele gostava disso.

"Casa..casa, cadê minha casa?"

Ok, conhecia uma pessoa perto dali. Jovem, bela...

Não adiantava, todas as noites acabava se encontrando lá. No way!

Clube de nada

Ei ei! cala a boca porra!

Isso aqui não é um grupo de ajuda mutua?!?

Ok, já que cês insistem, vou contar minha história...

história de merda...

Me chamo Daniel, Dam, Den... e não aguento mais esse mundo. Tenho uma puta vida fudida. isso mesmo, busão lotado, chefe bichona e namorada feia.

...e ainda por cima sem grana.

vim parar nessa por causa da Bety, né não Bety? Ela que me trouxe pra essa espelunca pra passar a noite com vocês. Se to gostando?!? Porra nenhuma. Quem aguenta ficar uma hora de pé tomando vinho barato cercado de gente estranha.

Mas então, como eu tava falando...

Ele olhou pra todos na roda. Merda, bosta, cambada de perdedores...fui...

Manoel e o embrião da cidade

Foi assim, um passo, depois outro passo....

Andando pela rua, com camista To hot! pensando no fim de semana...

-Ufa, nada mau baby!

Quero comida. Um pouco de gula pra matar o tédio....

Atravessou a ponte, já velha, cheia de histórias.

O embrião da cidade.

Despencou na espeluna imunda do Manoel. Português bigodudo filho-da-mãe!

Passava carro, passava o tempo, e nada da Bere, Berenice.

-Porra Manoel, cabelo na comida!?! Que merda portuga, Se toca!

O chato quis até se desculpar. O que leva um cara desses a atravessar o atlântico pra fazer tanta merda?

Ops, chegou a hora!

Toma vinho e sai à deriva.

Pelo embrião da cidade...

O conto da livraria

Entrei naquela livraria pela primeira vez numa tarde de domingo não muito ensolarada. Há alguns dias já vinha sofrendo de compulsão por leitura.

Era uma loja comum, sem nenhum atrativo à parte. A loja, eu digo, pois outras coisas ali me chamaram um pouco a atenção.

A ordem, ou melhor, a desordem das publicações.

Livros de literatura estrangeira socados juntos a ensaio, catálogos de arte e tudo mais. De relance, percebi também que haviam exemplares antigos, bem antigos.

Aquilo não poderia estar daquela maneira por si só. Livros não saem andando por entre prateleiras.

...e então a vi. Talvez não tivesse mais de 40 anos, mas conservava um ar jovial. Cabelo curto e corpo extremamente magro.

Além de impressões físicas não bastava refletir durante horas para notar que aquele ambiente havia sido tomado pela personalidade da dona.

Sim, era possível notar a cofusão em seus olhos. Não um sentimento primordial de raiva, mas algo mais sutil, mais belo, mais reflexivo.

Não sabia ao certo quantas daquelas obras a mulher havia lido mas posso assegurar com certeza que várias delas a influenciaram.

Poucos minutos depois estávamos conversando....

Grito, e daí?

Sério outro dia estive afim de gritar...

Não, não rir não, to falando sério...

Apunhalar?

...talvez, porque não?

Quer saber, fodas, fodas mesmo, de verdade

Ela na rua

Virou a esquina para desenbocar na rua escura. Já madrugada quando decidiu se aventurar por ali outra vez. Ela, sempre ela.

Pensava que o vilipêndio nada seria comparado ao vício.

Aquilo havia se tornado obrigatório. Todas as noites, de maneira initerrupta ele estava lá. O estranho, docemente estranho, a esperando.

Talvez, em algum dos prédios ambos eram observados por voyers, mas entre si, nada de mais, apenas o desejo carnal.

Ela não conhecia sua origem, seu nome, e quase não conseguia ver seu rosto.

Mas o desejo era constante: seu ar másculo em harmonia aos seus modos rudes.

... e naquela noite, novamente....

Homem

Quer saber mesmo o que penso?

Não é difícil: Acho que cada homem deveria habitar, isoladamente, casas em colinas. Nunca sair, nunca caçar. Não haveria fome, pensamento nem nada. Apenas o Homem, em si, para si.

Bad trip

Estive fora uns tempos numa outra dimensão, numa Bad trip honey!!!

...tá vendo aquele morro lá? bem distante né?

Sabe oque tem lá? Tem bicho papão, tem pé grande e loira do bonfim...Que dock street que nada. O terror é ali, logo ali.

...e tá vendo essa marca aqui, no meu pescoço?


100 anos de sangue e dor...
sim, é assim que acontece....você fica entorpecido por algumas horas da madrugada

e acaba fazendo besteira...

Números

Meus pais viajaram.

E eu, no meu quarto, enchendo a cabeça de números, topics e Beatles.

números, muitos números...

Saca aquela história de ser humilhado por nada?

Esqueça: pense em números!!!

.ciG

Chuva.

...foi numa destas chuvas de janeiro dentro do carro com o calor do corpo que embaça todos os vidros e a chuva que desfigura o mundo ao redor que Ele teve a brilhante idéia de mudar pois havia sonhado recentemente com terremoto que segundo disse Ela significa mudança profunda na vida Dai decidiu entregar-se aos devaneios da vida e investir de vez em algo que fosse realmente importante não que tudo que tinha investido não fosse mas queria algo mais especial para depois se vangloriar de ter chegado tão longe sozinho sem ajuda de terceiros e ter feito de sua vida algo realmente bom mas esperava ele que a chuva de janeiro esta chuva de verão fosse embora para sair por ai procurando a matéria prima de seu sonho com terremotos

Fish + Food

Brain.

O tal de Ric

Era dado a excessos esse tal Ric que de tanta gana conseguiu chegar alto na vida bem alto por sinal Passando por cima de qualquer um(a) fez de tudo de biscate a marajá "Pular ouo não pular?" se perguntou certa vez vendo a rua a 19 andares de altura mas decidiu não pular tinha sina de malandro "Praque?" Detestava dar murros em ponta de faca "Ou você ganha ou perde" Com as mulheres apenas cafajestisce Não levava nada a sério nem a si próprio Mas tinha um peso na vida Deste não havia saida Eram os ratos Sim senhoras e senhores o terrível Al Capone Poderoso Chefão Gigolo de Plantão Ric tinha medo de ratos Logo estes animais que se proliferam por ai a esmo a torto e a direito Mas tudo bem isto ele podia superar Ou não?

A vida dos outros

No palco, em dois tempos, uma moça. Visões, ah! as visões. A de antes, operária, depois assimétrica. Do alto da casa, o grande olho vigia a tudo, mas acaba por se render à arte. No fim, a morte. Aquela espiritual, poética e simbólica.

A Vida dos Outros é arte. Queira você ou não, o aparato vigilante também é poético.

Humor

...de verdade, de verdade!!!

Mente superior

"Bem, essa idéia de mente superior pode ter dois significados", ele pensou. "Ou você se acha o dono da situação, quando ela vem de joelhos e implora por mais uma vez, ou um verme asqueroso quando as coisas não dão certo, se é que você me entende".

Sem frescuras, cheirou o wisky barato.

"Tenho de confessar, sou uma mente superior".

Da janela do apartamento, via automóveis e pessoas, já ao anoitecer.

"Mas tem algo que me irrita, profundamente. Essa sensação estranha, de que o tempo pára, e você perde. Perde o jogo mesmo, sem chance alguma de redenção".

No fundo, chiado de tv.

"Mente superior, mente superior, pense positivo, 1234, mente superior"

Campanhia, alta e irritante. Era ela, sem dúvida.

"Ok, não tenho o que temer, sou uma mente superior, e esta noite, nada sai do controle.