quarta-feira, julho 11, 2007

Um homem

Café e energético para espantar o sono da noite quente. Suava como porco - suor que escorre pelos poros mais íntimos e profundos do corpo. Já havia buscado terapia. Inútil. De alma calejada e cérebro vacinado contra qualquer tipo de interferência, segui rígido o que acreditava ser "seu modo" de fazer as coisas.

Já havia passado a casa dos 40. Grande merda! ainda continuava repetindo os mesmos erros.

-Todo mundo tem um inimigo supremo, impossível de ser vencido.

O dele eram as boas doses de whisky barato. quando sentava na sala, como estava naquela noite, passavam-se horas e horas de devaneios e digressões. Até tramava - internamente - uma reação, mas continuava lá, sentado no velho sofá vermelho.

O videocassete repetia as cenas de sexo explícito, que, em sua redundância não mais surtiam efeito.

-Notívago e sacana. Acho que sim, devo ser algo parecido, apesar do desanimo. Meu nome? ah sim! pode me chamar de Jo, isso, jo de jorge, simples assim!

E seguia, inerte, na plenitude do ócio esperando pela noite seguinte sempre aliado ao inimigo supremo: as boas doses de whisky barato.