A menina

Ela desce apressadamente a ladeira que se estende por toda a cidade. As pedras, para seus pés já calejados, não são grandes obstáculos. O objetivo agora é só fugir. O brutamonte que a segue, apesar da força, não tem nada de ágil.

E a menina, conhecedora da cidade, facilmente encontra abrigo sob uma velha construção.

Respira e divaga. Agora já não é mais o alvo. Ah se ela soubesse que roubar dinheiro e fazer travessuras dava tanto trabalho!

Cabum! o Monstro a descobre. É um corre corre que só Deus dá conta. Pior ainda são os gritos da menina, que chora e implora, mas não tem como.

No final, das ruelas dá cidade, se escuta um grito. E todos do bairro, já acostumados, sabem de quem é.

O casal

Ele: 25 anos, tendências escatológicas, universitário, praticante de Rugby (aqui em BH?!?), gostava de cinema noir e rock'n'roll.

Ela: 24 anos, praticava ioga e Kama Sutra, com gosto refinado para world music e Nouvelle Vague.

Eles: Namorando, com planos para o futuro. Queriam ter crianças e montar um negócio no ramo de floricultura.

Eu: Um voyeur nato, sempre atento.

Em Aberto, o Webzine

Em fase experimental, criei um webzine de cultura. Dentro em breve, a versão final. Mas enquanto não rola, clica aqui e dá uma lida.

Sugestões também são bem-vindas.

Ta na hora

ACORDA RAPAZ!
..que o moço tá falando com você. Como é que é, vai ficar ai dormindo o resto do dia? Minha nossa senhora, o que é isso?!?
Vamo vê, vamo vê, não escutou não?
Trabalhando. Trabalhando!!!

E vem a preguiça novamente. Eita coisa boa é dormir.

Interminavelmente

As fotos na parede do quarto o fizeram lembrar de um tempo em que até sua alma era jovem. Já haviam se passado muitos anos desde então. E desde aquelas noites, nunca mais se sentiu o mesmo. Todo o vigor de um jovem à flor da pele. O cheiro másculo, uma libido latente e incessante, que, levava à mesma perdição. Mas não eram apenas as mulheres o motivo da nostalgia. Seu físico era, outrora, tão superior ao de quaisquer outros jovens. Mas agora seu corpo não passava de uma velha carcaça, com pelos amorfos e já gastos pela idade.
Sua mente, essa sim, um interminável poço de introspecção e algo mais. Lutava, segundo por segundo contra algo que nem ele mesmo sabia.

...e cada vez que olhava para as paredes do quarto se lembrava. De tudo, sem exceção. Da libido, do corpo, de sua mente.

Mas o tempo foi cruel.

Não havia mais saída (ou saídas). Tudo já fora feito. Sem mais prerrogativas. Não haviam mais juventude, garotas, fôlego...Apenas sua mente, envelhecendo cada vez mais rápido, interminavelmente.

Rabisco

Rabiscou em seu caderno tudo aquilo que não podia revelar. Coisas estranhas, confusas. Confissões que denunciavam sua pulsão de morte, e um erotismo latente.
Ainda jovem se afeiçoou à publicação.

-Deus me livre se alguém descobre!

Poetizava garotos, situações e tudo aquilo que podia ser transformado em letras. Mas no final das contas, mantinha uma única vontade.

A de rabiscar tudo aquilo que não podia revelar.

Na ponta dos pés

...a menina pedia moedas no semáforo. Tinha um ar sexy no olhar. Com a boca toda lambuzada de chocolate e os cabelos desgrenhados, coitadinha, se aproximava sem noção do perigo. O cheiro másculo, a fumaça, o calor, buzinas e buzinas... minha nossa, que perigo.

-e mesmo assim não se acanha, eita bicho esperto!

Alô

Você ai na infosfera, onde está essa merda de hiperlink.

Mensagem encaminha de maneira anexa.
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De volta

Caros,
voltando as atividades depois de um longo período de ausência.

Motivo: desenvolvendo um produto de comunicação e cultura para a web. Aguardem e acompanhem.