terça-feira, novembro 24, 2009

O velho trata sobre lascividade

São 23h17. No apartamento, muita fumaça e confusão.

Deixe-me explicar. Sente-se. Lá se vai mais de meio século de vida, e somente agora posso dizer que entendo algo sobre o assunto.

Bem, começemos pelo mais óbvio: eros e tanatos fazem parte do voyerismo.

Imagine um momento em que a lascívia não se faz mais presente. Eis ai o nascimento dessa necessidade pungente de observação. É como se o sentimento morresse para que o prazer puro tomasse seu lugar.

Em segundo lugar: O gênero é uma questão social. Sim, imagine ai com seus miolos o que quiser. Não acredito nessa balela de homens e mulheres.

Ei, coloca mais dessa bebida aqui...

Terceiro: Cores. Tudo está ligado a cores. O vermelho por exemplo, tende a ser tão revelador e óbvio. Se você REALMENTE deseja algo, use preto... além do mais, gera certa... "introspecção".

A segunda se aproxima e sorri sarcasticamente, sentando ao seu lado.

Quarto: Sobre a bebida. Sendo curto e breve (*olhando para a zona fálica)...

Sua camisa é meio cafona, fora de moda e de cetim

quinta-feira, novembro 19, 2009

2

Na esquina entre o deletério e a lascividade, foram se entrelaçando. Ela, falando de palavras e energias. Ele, pragmático em ressaltar o aspecto carnal.

Neste mundo possível, tudo se converte. AND SO...

Recorrendo ao afago discreto e valioso, segue o corpo, com sua própria crença. Ela, agarrada no fator espiritual da situação. Ele, à pungência orgânica.

terça-feira, novembro 17, 2009

Pardos

Foi um ataque fulminate.

Vale-se dizer que a coisa toda tem um fundamento quase animalesco. Na escala mais baixa do reino animal, valendo-se de analogias, desceram a grunidos e uma agressividade quase instintiva.

Sonhando como Bella Lugosi, ele se aproximava em sua forma lupina. A fêmea, em toda sua pungência de odores e tato exibe-se como devoradora, devassa.

...são 3h da madrugada e a cidade, quente e húmida, está inteiramente aberta a gatos de aspecto desgrenhado e mal tratados. Um lugar comum, não-lugar, onde os pardos se encontram e valem-se de sua desconfiança para eventuais e aleatórios acasalamentos.

Fauna, filo, filos... a afinidade entre espécimes, de reinos distintos, pode gerar certo estranhamento biológico, mas em sua lógica perpetua novas possibilidades. O que seria o Homem além de uma mistura mal sucedidade entre macacos e a libido?

...são 3h da madrugada, e ela, um híbrido de felina e passáro exuberante rasteja pelas sarjetas da cidade. Devoradora, devassa e senhora de si.