quinta-feira, julho 30, 2009

Busca-morte

O que ele deseja é apenas um pouco de morte.


Fria, silencia vozes, termina o inacabado.

Finish encabeça seu vocabulário. Tendências suicidas devem ser tratadas com bons psicólogos.

Prefira produtos orgânicos para condicionar o organismo.

Mas então deu-se ao vento na camada mais baixa da cidade. Dormiu por sete dias no asfalto nu a buscando. A procura foi intensa e introspectiva.

...sem sorte

Preferiu deixar a morte para um outro dia, só para aumentar a dor.

segunda-feira, julho 06, 2009

2h da madrugada

2h da madrugada e a merda da cidade tá quente pra caramba. Um bebum semi-entorpecido cambalheia à minha direita. Um taxi passa cheio de corpos suados.


Enquanto isso, Peti anda por ai, com suas idéias perigosas. Ele jurou matar um de nós esta noite, enquanto dormimos. O que as mulheres não fazem, hein?

Se eu fosse como Peti, ou o próprio, a história teria sido diferente.

Convenhamos que Roma era uma vadia de marca maior. Seios de silicone, viúva de playboy e com fama de pistoleira. Todos sabiam disso, e faziam de tudo pra não rir na cara do safado. Ele também sabia, lá no fundo...

Só não aceitava.

Eu tive um avô (o outro nem se conta, magnata de uma figa não deixou nem um tuto) que dizia uma máxima para os homens da família (Tio Zei nem conta, a bicha!): "Se tá duvidando, não pensa, mate!".

Ok, mas o mané preferiu eleger eu, Alfonso ou Tom como alvos. Grande babaca, os três foderam Roma. E o pior, fizemos o de menos. Lá no clube todos disseram que teve nego se aproveitando da grana de Peti... o "Sr. Rebarba"

Mas a vida é assim. Aqui nessa esquina, o Tom fica meio enfezado e o Alfonso, coitado, com sentimento de culpa. Daqui a pouco passa o locomóvel (carregando esses boas praças) e nos leva até o apartamento.

Zona sul, casa de granfino. O safado até que merece uma boa dose de whisky antes de bater as botas.

Enfim, são ainda 2h da madrugada e a merda da cidade tá quente pra caramba!

quinta-feira, julho 02, 2009

RIP

É isso ai, viver 50 x 10 torna-se tarefa difícil quando se pensa na penumbra humana.

Como o sol que se esconde por detrás de nuvens, ele some.

Deixa filhos, família e o gosto amargo do desaparecimento. Na verdade, é como a borracha apagando a linha firme que se estendia pela pauta do velho caderno.

Uns dizem que “foi predestinado”, já outros “deve ter se escondido após algumas brigas”.

-

Olhe a sua volta, ou pela janela. Cada indivíduo é uma pulsão. Esqueça os corpos, as roupas. Há algo de cósmico ai.

Um belo peixe é devorado por um espécime marítimo desconhecido, a 6 mil metros de profundidade, quem se importa?

No final das contas, acredito que seja isso. Ele, transeuntes nas metrópoles cinzentas, um trabalhador no campo ou você:

Um belo peixe prestes a ser devorado por um espécime de Morte.

*RIP Terra